Investimento, essa palavra sempre foi relacionada com quem possui grandes fortunas ou um patrimônio financeiro muito relevante. Durante muito tempo esse pensamento foi unânime na mentalidade de vários brasileiros e muito se deve a concentração de veículos de investimento nas mãos dos bancos.
Essa realidade vem mudando ao longo dos anos, principalmente após o surgimento das corretoras no Brasil, essa concorrência trouxe mais possibilidades e acessibilidade e a tão utilizada poupança começou a ser substituída por tipos diferenciados de investimentos que trazem mais oportunidades para as pessoas.
Hoje em dia você pode começar a investir com apenas R$ 30 no tesouro direto por exemplo, já o mercado de ações você consegue comprar uma ação ou uma cota de um fundo com menos de R$ 100.
Daí vem uma frase muito corriqueira quando ouvimos a maioria das pessoas, que independente do salário, seja 20 mil ou 200 mil por mês, mas que está com o orçamento desequilibrado:
Sobra muito pouco para investir, não vai adiantar, pouco não faz diferença pra mim.
Mas será verdade? Essa frase normalmente é utilizada para não começar, é uma barreira mental, a quebra de paradigma de consumir tudo agora para passar a poupar é grande desafio inicial, mas que pode ser vencido com disciplina, com a mudança ou substituição de alguns hábitos, ajuste no padrão de vida ou até corte em consumos desnecessários (o famoso corte nos supérfluos)
Quanto é pouco para você?
Provavelmente isso vai mudar de acordo com o seu salário, pro labore, etc, quanto maior a cifra, maior vai ser sua percepção de quanto um valor baixo que você consiga fazer sobrar em seu orçamento poderá fazer de diferença no seu futuro a ponto de estimula-lo a poupar, mas vamos ver a frente que isso não é uma verdade.
Toda caminhada começa com um pequeno passo, essa máxima vale também para suas finanças. Pensando nisso, vamos falar um pouco sobre construção de patrimônio que é algo válido para todas as pessoas independente de sua condição atual e da fase de vida que esteja neste momento.
Pensando bem, melhor ter pouco no futuro do que não ter nada e quando falamos em futuro entra outro fator, que normalmente vemos como vilão, pois para muitas pessoas é único contato que tiveram com ele, que são os juros.
Mas realmente vale a pena investir pouco?
Para responder essa pergunta de forma prática, vamos considerar o seguinte cenário:
– José tem 30 anos é médico, solteiro, gosta do bom e do melhor e consome bastante dinheiro com isso, recebe R$ 20.000,00 por mês, ele decide guardar 5% do seu salário em uma previdência privada até sua aposentadoria aos 65 anos (vamos considerar 0,8% de rendimento ao mês).
Aporte mensal: R$ 1.000,00
Taxa: 0,8%a.m.
Durante 35 anos
Saldo final: R$ 3.425.859,59
*desconsiderada a inflação no período.
Dessa forma, conseguimos observar que os fatores preponderantes para riqueza são o tempo e a disciplina, ou você acha que 3 milhões de reais para ajudar na aposentadoria não vale a pena?
O pensamento aqui não é em fazer grandes aportes uma vez ao ano, somente no bônus ou décimo terceiro, ou alguma verba a mais desse tipo, mas sim em ser consistente em alcançar o seu alvo de longo prazo. Conforme o investidor avança com seu montante, tornando-o maior, a tendência é que seu dinheiro trabalhe mais e melhor a seu favor, nesse momento é bem-vinda a ajuda de um bom profissional para auxiliar na diversificação deste portfólio, porém o ponto focal continua o mesmo, ter regularidade.
Em suma, todos pensam em uma marca, um número a ser alcançado que seja relevante, o tão almejado primeiro milhão, mas a verdade é que, assim como uma construção, a parede só sobe colocando os tijolos, e cada aporte mensal é um destes tijolos, e para quem não poupa hoje essa pode ser a melhor maneira de você cuidar do seu eu futuro. Para muitas pessoas essa é a melhor maneira de poder iniciar agora sua construção de patrimônio e riqueza, te convido a testar e ver o poder dos juros compostos de longo prazo agindo ao seu favor.