Finanças comportamentais, mais informação é o suficiente?

Segundo a pesquisa sobre endividamento da Confederação Nacional do Comercio de Bens (CNC) divulgada em Setembro/2022, 79% da nossa população está endividada…isso é um dado alarmante e que demonstra que a população brasileira precisa saber lidar melhor com o dinheiro. Isso é um fato incontestável.

Como fazer a população melhorar sua relação com o dinheiro?

A forma mais simples de se resolver esse grande problema é elevando o conhecimento da população, ensinando como funciona a inflação, qual o papel do dinheiro na sociedade, a diferença entre crédito e débito.

Passar mais conhecimento é a forma como a educação financeira tradicional enfrenta isso. Mas será que é o suficiente?

Muitas vezes, nós podemos pensar que as pessoas com grandes conhecimentos, mestres, doutores não passam por esse tipo de problema, mas isso é um grande mito, trabalhamos com planejamento financeiro, educando e planejando a vida das pessoas desde 2016 e todo tipo de caso já passou por nós, desde pessoas simples com pouco estudo mas bem organizadas até peritos e doutores com dificuldades financeiras.

Na maioria das vezes, nossa tomada de decisão, não é racional, através de uma análise de custo x benefício por exemplo, tomamos muitas decisões de base emocional.

A FALTA DE INFORMAÇÃO NÃO É A RAIZ DO PROBLEMA

A maior parte das tentativas de solucionar o problema da relação do brasileiro com o dinheiro é apenas através de métodos, dicas e ferramentas.

Fazendo um grande apanhado entre pesquisas de como economizar, nós temos algumas dicas muito comuns:

  • Não gaste tudo o que ganha
  • Corte supérfluos
  • Quite suas dívidas
  • Se planeje
  • Não seja impulsivo

Essas dicas são ótimas, maravilhosas, o problema é colocar elas em prática, são todas óbvias quando vistas de forma fria. Qual o motivo de termos tanta informação e mesmo assim não aplicarmos o que aprendemos?

Coma salada e faça exercícios para ser saudável. Isso é um conhecimento básico, mas difícil de ser implementado. Claro que uma parcela da população executa, mas a grande maioria não.

Ter conhecimento é importante sim, muito importante, mas não é tudo quando falamos sobre dinheiro. Nossas decisões de gastos não são 100% racionais, então a solução não deve vir de um campo 100% racional, ele deve ser balanceado com uma carga emocional. Não será apenas o conhecimento que fará com que a população tenha uma melhor relação com o dinheiro.

Precisamos entender que o nosso cérebro funciona de duas formas, podemos observar isso no livro “Rápido, devagar” do autor Daniel kahneman

Segundo ele, o nosso cérebro é dividido entre o sistema 1 e o sistema 2. Você toma em média 35.000 decisões por dia e usa esses 2 sistemas para isso.

O motivo disso é fisiológico, nosso cérebro utiliza cerca de 25% de nossa energia diariamente, como ele consome muita energia, ativa algumas formas de poupar energia, para isso Hábitos são criados, sejam eles bons ou ruins.

O Sistema 1 é emocional, automático e impreciso.

O Sistema 2 é racional, lento e analítico.

Você os usa desde a simples escolha de qual par de meias vestir até realizar cálculos complexos de cabeça.

adivinhe qual sistema você mais utiliza? Acertou se respondeu o Sistema 1!

Quase 95% das suas decisões são tomadas pelo sistema emocional.

Adivinhe qual sistema você utiliza para decidir onde investir para aposentadoria? Acertou se respondeu o Sistema 1 de novo. Parece loucura pensar que uma pessoa decidiria de maneira emocional o que deveria ser fruto de uma decisão racional. Mas fazemos isso todos os dias!

O problema é que as empresas também conhecem esses 2 sistemas, e investem milhões em como fazer as pessoas tomarem decisões sem pensar, pois a opção que você escolher pode deixar mais ou menos dinheiro para essas empresas.

Alguns exemplos de vieses comportamentais que são amplamente conhecidos pelas empresas de marketing:

Viés do presente:  Temos predisposição natural a dar mais valor para o que podemos consumir agora, “Vou gastar tudo hoje, pois não sei se amanhã estarei vivo!”.

Viés da ancoragem: Nosso cérebro tende a fazer comparações rápidas para determinar se uma escolha é boa ou não, BLACKFRIDAY, DE: 1990,00 POR: 899,00 temos a tendência a acreditar que essa oferta é uma excelente oportunidade, mas pesquisando, acabamos descobrindo que o preço natural antes era 949,00. Se soubéssemos dessa informação de antemão será que teríamos efetuado essa compra? (Blackfraude ☹)

Efeito de Dotação: É possível de ser identificado quando algo representa para seu proprietário um valor maior do que seria negociado no mercado, como por exemplo um IPHONE para quem se preocupa com status nas mídias sociais, o status é mais importante que o valor do item.

A nossa tomada de decisão vai muito além de apenas conhecimento, envolve o contexto em que nós estamos inseridos, envolve nossas crenças e valores.

Se você precisa de ajuda para controlar e organizar as suas finanças, conte com nossa equipe de planejadores!

Metodologia comprovada e acompanhamento próximo, certamente farão uma grande diferença na sua vida!

Até a próxima…