Investindo no meio ambiente, a sustentabilidade e o futuro dos investimentos.
O crescimento econômico gera consequências positivas para o bem-estar humano ao longo do tempo, ampliando tanto a quantidade de acesso a bens e serviços, como também aumentando a qualidade de vida através da melhora na saúde e expectativa de vida. Porém, os resultados positivos para a sociedade causam um impacto negativo para o meio ambiente: há anos, especialistas alertam ao mundo sobre os desastres que muitas vezes são chamados de “naturais”, mas, que na maioria das vezes, são causados pela forma de produção e consumo humano.
Como resultado de uma iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005 surgiu o conceito ESG (Environmental, Social and Governance, em Inglês) na gestão das empresas. O ESG abrange um conjunto amplo de questões e iniciativas sobre as práticas ambientais, sociais e de governança que podem ter impacto financeiro relevante nas empresas e ainda beneficiar pessoas e o meio ambiente.
A relevância do tema é tamanha que a antiga bolsa da cidade do Rio de Janeiro reabrirá exclusivamente para compra e venda de créditos de carbono e ativos sustentáveis, como energia, clima e florestas. O protocolo de intenções foi assinado pelo governo do estado com a Nasdaq e a Global Environmental Asset Plataform (GEAP), em Nova Iorque, no início de 2022.
Mas onde estão essas empresas no Brasil? Vamos aqui destacar dois índices dessas empresas listadas na bolsa de valores, a B3: o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e o Índice Carbono Eficiente (ICO2). Enquanto o ICO2 é mais relacionado ao pilar ambiental, ISE também contempla os pilares sustentabilidade e governança do ESG. Especialmente sobre o ISE, a B3 anunciou o a 17ª carteira do ISE em 2022, com 46 empresas que somam R$ 1,74 trilhão em valor de mercado, 38,26% do total do valor de mercado das companhias com ações negociadas na B3, com base no fechamento.
Para fazer parte desses índices, as empresas aderem de forma voluntária e se comprometem a demonstrar anualmente as suas condutas ESG nos relatórios de sustentabilidade. A adesão das empresas é voluntária e no caso do ISE não depende da magnitude do impacto ambiental dos seus negócios. Como exemplo, uma empresa produtora de petróleo fatalmente polui mais que uma empresa de serviços de Tecnologia de Informação. Todos os setores têm participação no índice, abarcando as diversas preferências dos investidores.
Para se ter uma noção do crescimento das empresas participantes do ISE, o gráfico abaixo mostra o valor de mercado nominal em Reais no fechamento de cada ano. Nele é possível ver uma tendência de crescimento entre 2011 e 2020, acelerada depois de 2015. Após ser interrompida durante a os dois anos da pandemia de Covid-19, é possível falarmos em uma retomada do crescimento durante 2022.
E você, investidor, deve ter se perguntado “qual será a performance dessas empresas?” Para responder essa pergunta trouxemos o gráfico abaixo, que mostra a variação do valor de mercado em dólares, ano a ano do ISE, ICO2 e Ibovespa, de 2010 até outubro de 2022. Nos anos iniciais a variação é maior nos índices analisados comparada ao Ibovespa. Cabe destacar que a partir de 2016 em alguns anos o Ibovespa se destaca devido ao peso das duas maiores empresas no índice, Vale e Petrobras, que não participam no ISE e ICO2. No longo prazo a experiência internacional aponta que empresas mais comprometidas com o ESG geram maiores retornos para seus investidores.
E como podemos fazer investimentos ESG? Além de investir nas ações das empresas que estão nos índices, outra maneira é através de ETFs (fundos fechados negociados na bolsa de valores B3), que buscam refletir a performance do ISE. Ou ainda através de fundos de investimentos ESG, compram ações, participações, dívida ou títulos de empresas avaliadas por gestores e analistas sobre suas práticas ESG, no Brasil ou no exterior.
Por fim, não podemos esquecer as diversas formas tradicionais de fazermos parte do não tão novo movimento de práticas de sustentabilidade, como aderir aos transportes coletivos nas grandes cidades, evitar o desperdício de alimentos, fazer coleta seletiva do lixo, comprar produtos e serviços de empresas ecologicamente corretas e, quando se trata de ativos financeiros, podemos fazer investimentos em empresas que adotam boas práticas ambientais.
Você ficou interessado em investir pensando no futuro do nosso planeta e mitigando os impactos ambientais? Converse com um de nós planejadores financeiro da K1 Capital Humano para avaliarmos alternativas de acordo com o seu perfil do investidor e seus objetivos.