O que a gasolina que move os carros, a carne do churrasco e o alumínio das latas das bebidas que consumimos tem em comum? Todas elas são commodities e seus preços influenciam desde a inflação ao valor das empresas. Conheça mais sobre as commodities nesta postagem.
Afinal, o que são commodities?
A definição mais simples para commodities são os bens que servem como matéria-prima para fabricação de outros bens. Algumas características são importantes para que um item seja considerado uma commodity:
- Ela tem que ser produzida em larga escala;
- Deve ter alto grau de padronização;
- Possuir grande relevância global;
- Ser armazenável por longos períodos mantendo suas características;
- Seu preço variar com a oferta e demanda; e
- Ser negociada em ambiente de bolsa e/ou balcão.
Existem diversas maneiras de classificar as commodities. Uma maneira é agrupar por seus tipos, por exemplo, em agropecuárias, energia e metais. Diversos índices, como o Bloomberg Commodity Index, são usados pelo mercado para classificar as commodities.
Investindo em commodities
Desde seus primórdios, as commodities são negociadas entre produtores e compradores. Com o passar do tempo, a negociação se aperfeiçoou e começou a ser realizada em bolsas de mercadorias. Isso trouxe mais segurança para os dois lados: o vendedor assegura seu preço antecipadamente e o comprador garante seu fornecimento.
A negociação de commodities através de contratos também possibilitou que investidores possam negociá-las sem que possuam a mercadoria ou a adquiram, abrindo a possibilidade de ter ganhos com a variação seu preço no mercado.
Atualmente, a Chicago Mercantile Exchange e a London Metal Exchange são as principais bolsas globais de commodities. No Brasil, a B3 é o ambiente de negociação onde são negociadas via derivativos no mercado futuro, que normalmente envolvem grandes valores. A maior parte dos investidores que utilizam esse tipo de instrumento, são investidores profissionais e gestores de fundos de investimento.
Se esse não é um ambiente tão fácil para o investidor comum, quais são as alternativas para investir em commodities mais facilmente?
Uma maneira acessível de ficar exposto as variações das commodities é possuir participação nas empresas produtoras através da compra direta de ações ou de fundos de ações. Isso é possível aqui no Brasil por meio de exportadoras, como a Vale (maior produtora global de minério de ferro), a Petrobras (líder em extração de petróleo em águas profundas) e a JBS (maior produtora mundial de proteína animal), por exemplo.
Em compensação, é importante ter em mente que a variação da ação reflete o valor da empresa além da flutuação do preço das commodities, ou seja, não é uma exposição pura pois tem outros fatores de risco.
Outra forma é investir em fundos de investimentos que negociam commodities. A principal vantagem desses fundos é a simplicidade para investir, eliminando o risco do ajuste diário e o de alavancagem quando se investe diretamente no mercado futuro, bem como o risco específico das empresas ao se investir em suas ações.
Por que investir em commodities é importante?
Como as commodities são bens necessários para a fabricação de outras mercadorias industrializadas mais sofisticadas e com maior valor agregado, elas são um indicador que prevê prováveis expansões ou recessões na economia. Portanto, uma das vantagens de se investir em commodities é a possibilidade de ter ganhos quando a economia entra em um ciclo de crescimento.
Outra vantagem das commodities é a proteção contra a inflação em momentos de aumentos exagerados da procura ou de reduções inesperadas na oferta. Um exemplo dessa situação é quando diversas indústrias, como a automotiva e a de construção civil, estão aquecidas e precisam comprar aço acima da média. Isso provoca aumentos relevantes no preço do minério que são repassados até o consumidor e causa inflação. Nesse caso, investir diretamente em ferro ou nas suas produtoras gera uma rentabilidade alta que é capaz de compensar o aumento generalizado dos preços.
Um ponto de atenção ao se investir em commodities é que elas possuem um ciclo próprio com suas particularidades. Quando um pico de produção nas commodities coincide com uma recessão na economia seus preços costumam sofrer com quedas expressivas. O exemplo mais conhecido no Brasil é relacionado ao ciclo do café, que alterna safras menores com safras superprodutivas, que fazem o preço cair. Durante a república velha (1889-1930), ocorreram várias queimas de supersafras de café durante recessões mundiais para impedir que seus preços caíssem ainda mais.
As commodities desempenham um papel importante na economia e nos investimentos, sendo uma peça relevante para diversificar os riscos e gerar ganhos adicionais no longo prazo. Investir em commodities é importante dentro de uma visão integrada de portfólio, alinhando o quanto e o como investir aos seus objetivos. Para saber mais, entre em contato com um Planejador Financeiro K1.